A trilha das 7 praias em Ubatuba foi o primeiro passeio que fiz quando decidi desistir de 2020 haha como contei no meu instagram, em Agosto do mesmo ano entreguei meu apartamento em São Paulo e escolhi Ubatuba como morada. Durante o final de semana do mesmo mês, as pessoas já começavam a descer a serra para passar o final de semana na praia e para fugir de multidões (e também não querendo passar o domingo em casa) escolhi fazer a trilha em um domingo de sol. Já tinha lido em outros blogs que a trilha não é tão movimentada mesmo em tempos pré-pandemia e por isso eu fui. Por se tratar de um trajeto de 10km e que durava em torno de 5h as praias são praticamente desertas e bem preservadas.

O trekking Vale do Pati é uma das primeiras atrações que surgem na lista de quem vai para a Chapada da Diamantina. No entanto, se você está começando a pesquisar sobre um dos trekkings mais bonitos do Brasil, (infelizmente mais conhecido pelos gringos do que por nós mesmo), é fundamental que comece a preparação com alguma antecedência. O Vale do Pati exige condicionamento físico para as longas horas de caminhada e fôlego para se surpreender com as paisagens sensacionais.

Para muitas pessoas, o trekking Vale do Pati pode ser comparado ao famoso caminho de Santiago de Compostela e não apenas pelo ar místico que atrai muitos visitantes, mas, também pelo fato de poder ser feito de vários formas, com roteiros que variam de 3 a 5 dias, com rotas vão dos 15 a 25 km, o que transforma o passeio em uma verdadeira jornada para os caminhantes. Curtiu a ideia? Então vamo comigo que vou explicar um pouquinho melhor sobre como fazer o Vale do Pati.

Sobre a trilha do morro dois irmãos

Meu Tio Queiroz em uma conversa com meu irmão recém aprovado em uma faculdade fora da nossa cidade disse: “Meu filho, você está indo para uma cidade desconhecida, ela será sua casa durante muitos anos portanto viva essa cidade, torça por um time de lá, conheça cada ruela e faça daquele povo o seu povo também.” Eu, com meus 16 anos nunca mais esqueci disso e tomei pra mim esse conselho também e a cada final de semana que passo em casa vendo TV eu acho que to perdendo alguma coisa lá fora e um desses finais de semana que morava no Rio eu fui fazer a trilha do morro dois irmãos. A trilha que termina no topo do morro mais famoso do Leblon (e o único haha), um dos mais vistos em fotografias do Rio e onde fica a favela do Vidigal.

Leblão em alguma manhã de sol que eu ia pra praia torrar

Depois da pacificação das favelas o passeio por elas passou a ser super acessível mas li na internet que essa trilha seria aconselhável fazer sempre com um guia, eu até visitei alguns sites de guias mas olha, fui sozinha mesmo hahaha sem guia, porque na época a trilha bombava então sempre tinha gente por lá.

Geralmente a escadaria principal do Vidigal ficava cheia de gente mas esse final de semana, domingo, pré copa, porque Rebecca vai, não tinha NINGUÉM. Porque assim, pra chegar na trilha era preciso subir o morro, por dentro das ruelas da favela sabe? Daí pedi pra meu amigo carioca falar carioquês e pedir informação de como chegar lá com o mototaxi que tava por perto na tentativa de “eles não são turistas” mas né? Isso só funciona quando a gente pede uma cadeira na praia porque os caras já abordaram a gente com um “vamo subir pra trilha???”

Yeah, subimos o morro de mototaxi hahaha e nunca senti tanto medo na minha vida! Os caras conhecem aquelas ruelas como a palma da mão e vão voando, não tava tanto calor mas eu suei feito uma poica 🙁 Morri de medo. Pagamos R$10 pra subir e eu sabia que o preço normal era R$5 mas paguei mesmo assim. Cada um foi numa motoca, um seguindo o outro mas do nada  cada motoqueiro tomou um caminho diferente e ficou aquele medinho de: aimeudeusdoceu, cade a galera? Mas no final nos encontramos vivos no começo da trilha ♥