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Destinos não convencionais: Salar do Uyuni

A galera e eu - Salar do Uyunu / maio de 2017

Destinos não convencionais me atraem e muito! Sempre que planejo minhas viagens, priorizo destinos que fujam um pouco do que todo mundo busca. Um bom exemplo foi meu primeiro mochilão para fora do país no ano passado. Entre tantas opções, optei por desbravar dois de nossos vizinhos: Bolívia e Peru.

A bordo de uma caravana “socioambiental” que realiza essa mesma viagem pela América Latina há mais de dez anos, desbravei essas duas nações tão lindas e potentes durante 31 dias. Entre muitas histórias e perrengues, o que mais marcou a mim e a todos que estavam nessa comigo foi, sem duvidas, quando ATOLAMOS no Salar do Uyuni, Bolívia. Foram momentos de muita angustia, confesso, mas hoje dou risada. Quer saber de todos os detalhes dessa aventura e como fazer para visitar este lugar incrível? 

Destinos não convencionais

O Salar do Uyuni é considerado o maior e mais alto deserto de sal do mundo com impressionantes 10.582 km² de extensão e 3.656 metros acima do nível do mar. Localizado entre as cidades de Potosí e Oruru, no sudeste da Bolívia, o deserto se formou a cerca de 40 mil anos como resultado de diversas transformações geológicas, entre elas, a evaporação dos muitos lagos pré-históricos presentes na região. Atualmente, essa maravilha é considerada o polo turístico mais importante da Bolívia e recebe dezenas de turistas atraídos por experiência únicas e exclusivas o ano inteiro, entre eles, nós.

Salar do Uyuni, o magnânimo.

Quando decidimos mudar a rota original – La Paz – Copacabana – Cusco (Peru) – e visitar o Salar, não imaginávamos o quanto essa experiência seria divisora de águas. Desembarcamos no Uyuni no finzinho da tarde em maio de 2017com a ideia de passarmos a noite por ali e seguirmos viagem no dia seguinte.

Assim que a caravana parou e todos descemos, me vi diante de um cenário magnânimo. Ainda boquiaberta, sai de perto da galera e, de olhos fechados, respirei fundo e chorei… Ahhh, chorei de soluçar! Era felicidade demais para ser contida, por isso, não me emocionar seria impossível. Naquele momento me dei conta do quanto ultrapassar barreiras e fronteiras é importante, ou melhor, sempre foi.

Então, no auge do meu êxtase por estar em um dos destinos não convencionais mais fabulosos do mundo, algo inesperado aconteceu…

Morrendo de frio, mas feliz por estar num dos lugares mais fascinantes do mundo.

O atolamento

Sim, ATOLAMOS! No dia seguinte, lá fomos nós desbravar aquele imensidão. Decidimos que a primeira parada seria numa das ilhas para fazer a comida. Porém, não pudemos parar ali para cozinhar. Regras do local. Neste meio tempo, enquanto conversávamos com um guia que estava por lá, descobrimos que havia outra ilha não muito longe dali onde seria possível parar numa boa. Porém, antes de partirmos, o guia foi enfático: “NÃO DESVIEM DA ROTA. FIQUEM DE OLHO NAS MARCAS DE PNEUS E SIGAM EM FRENTE”. Seguimos.

“Mas Camila, vocês estavam por conta própria? sem guia?” Sim 🙁 Don Nelson, condutor da caravana, vai para a Bolívia todos os anos. Porém, nunca tinha ido até o Salar, ou seja fomos parar numa parte completamente erma do Salar. Num primeiro momento, não acreditamos no que estava acontecendo. E agora? Nossa primeira atitude foi tentar desatolar o trambolho, sem sucesso, claro. Em seguida, sacamos os celulares e tentamos a todo custo achar sinal. Nada.

Aí bateu o desespero. E o frio. Um baita frio! Não imaginávamos que passaríamos tanto frio de uma única vez e olha que estávamos munidos de casacões, pulôveres, meias de lã, etc. Mas, infelizmente, esquecemos do primordial: segunda pele. Por ter esquecido este item básico em qualquer viagem, meus dedos chegaram a queimar devido as baixas temperaturas (dói só de lembrar). Portanto, em hipótese alguma se esqueça de levar uma segunda pele quando decidir visitar o Salar.

Por isso, fica o meu apelo: não vá por conta própria, contrate uma agência. Senão, é perrengue na certa! Descobrimos depois que o índice de mortes no Salar por situações assim é bem considerável 🙁

Atolados! Foto: Eliel Guilhen

Respira fundo, vai dar tudo certo!

Na primeira noite, como dito anteriormente, tentamos contatar ajuda externa (sem sucesso). Na segunda, começamos a nos mobilizar para sair daquela enrascada por conta própria – agradeço ao Cosmos até hoje por não ter precisado, senão teria sido uma tragédia. Assim sendo, na manhã do terceiro dia decidimos que um grupo sairia para pedir ajuda, pois felizmente, alguém salvou o Google Maps offline e no mapa apontava uma luz no final do túnel a poucos quilômetros.

Quando estávamos quase saindo, um carro surgiu lááá longe! No mesmo minuto saímos correndo, gritando, acenando, afinal de contas, era a nossa primeira oportunidade em dois dias ilhados.

Nossos salvadores eram um grupo de bolivianos que estavam retornando de uma viagem para o Chile. A sorte foi tamanha que eles não costumavam passar por ali e ficaram surpresos por nos encontrar, num dos lugares mais ermos de todo o Salar. Eles pararam às 6 da manhã e não descansaram até desatolar a caravana. Ao todo, foram 12 horas de trabalho árduo para nos livrar dessa enrascada, pense! Quando a caravana arrancou, a sensação de alívio foi tamanha que até hoje não sei explicar.

Sorte, minha gente, foi pouco!

Nossos salvadores! – Destinos não convencionais

Quero ir! Com faço?

Você deve estar pensando que fiquei traumatizada com essa experiência, não é mesmo? A resposta é: NÃO! Como já expliquei lá no comecinho deste post, destinos não convencionais me atraem e muito. Aliás, não só não me traumatizei como incentivo todo mundo a ir, em segurança kkkk O Salar foi o lugar mais fascinante que já estive e todos deveriam conhecê-lo, por isso, montei um guia rápido de como embarcar nessa:

Como chegar

A forma mais fácil de chegar ao deserto de sal é saindo de La Paz, capital da Bolívia. São duas opções. A primeira e mais rápida é ir de avião e embora seja uma viagem super rápida, cerca de 1 hora, não é lá muito barata. A passagem custa em torno de 350 reais e a companhia aérea responsável por este trecho é a Amaszonas. Já a segunda opção é o bom e velho “busão”, também saindo de La Paz. No total, são cerca de 10 horas de viagem e o trecho custa em torno de 120 reais. A empresa responsável é a Todo Turismo.

Existe ainda a opção de ir pelo Deserto do Atacama, caso sua viagem comece pelo Chile e termine na Bolívia. Neste caso, a melhor maneira é contratando um tour. Exitem várias agências na cidade que fazem esse percurso.

Quando ir 

Não existe um momento ideal para ir, depende muito de cada um. Eu, por exemplo, fui entre os meses de maio e junho, em pleno inverno. Cheguei a pegar -5 graus. Agora, se você quer tirar aquelas fotos maneiras do céu refletindo no chão, sabe? A época ideal é de dezembro a abril, no verão, quando o Salar está alagado. Porém, é importante ressaltar que talvez você pegue algumas atrações fechadas devido ao alagamento.

Onde ficar 

No Booking.com  você encontra as melhores opções de hospedagem. Confira:

Casa Andina Salt Hotel

A Casa Andina fica no centro de Uyuni e oferece ótima infraestrutura com quartos equipados com WiFi gratuito e estacionamento privativo. Além disso, oferece restaurante e serviço de quarto. Diárias a partir R$138, para conhecer clique aqui.

Cristales Joyas De Sal

O Cristales Joyas dispõe de acomodações aconchegantes equipadas com TV de tela plana, WiFi gratuito e banheiro privativo. Além disso, oferece serviços de transfer – pois está localizado a apenas 2 km do Aeroporto do Uyuni. Diárias a partir de R$145, para conhecer clique aqui.

É para todo mundo?

Quem costuma fazer essa tour são viajantes mais aventureiros – destinos não convencionais, lembra? – no entanto, qualquer um pode conhecer, claro. Eu fui por conta própria, mas hoje não faria de novo. Por isso, meu conselho é contratar tours com agências especializadas. Listei as seis mais bem avaliadas (basta pesquisar e ver qual se encaixa melhor nas suas necessidades):

E para não passar os perrengues que você passou, o que eu levo?
  • Jaqueta corta vento;
  • Segunda pele;
  • Protetor solar;
  • Protetor labial;
  • Óculos escuros;
  • Bota impermeável;
  • Água, muita água.

Quer esticar a viagem? Recomendo dar um pulo no Chile, mais precisamente no Salar dos FlamingosDeserto do Atacama.

Bate bola:

  • É o único ponto natural da Terra que pode ser visto do espaço;
  • Prepare-se para ver um vulcão de pertinho. O vulcão Tunupa, que também dá nome ao Salar. 
  • Possui a maior reserva de lítio do mundo, metal conhecido como “petróleo branco” indispensável para o funcionamento de baterias de carros elétricos e outros dispositivos de alta tecnologia, como smartphones, por exemplo.

Não esqueça seu seguro viagem! Já contratou seu Seguro viagem? A Seguros Promo é uma das melhores opções porque tem opções bem baratinhas! Usando o código VAMOCOMIGO5 você tem 5% de desconto 🙂

Curtiu as dicas? Deu risada dos meus perrengues? Já foi para o Salar? É chegada em destinos não convencionais? Me conta! 🙂

Camila Ferrari: Colaboradora do Vamo Comigo e redatora autodidata que sonha em ter o mundo como quintal.
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