Famoso pelo bordão “eu moro onde você passa férias” o nordeste além de lindo é celeiro de muita gente talentosa e hoje me juntei com os blogueiros nordestinos para falar dessa galera que nos enche de orgulho ♥ Como não basta ser orgulhosa de ser nordestina, nasci numa das cidades mais importantes do interior nordestino, aí o orgulho aumenta haha Campina Grande, fica no interior da Paraíba e foi para lá que aos 13 anos, Jackson do Pandeiro se mudou e começou uma história que o tornou um personagem ilustre e icônico na história da música brasileira. Com vocês, a Campina Grande de Jackson do Pandeiro 🙂

Campina-Grande

Campina Grande 2017

Campina Grande surpreende qualquer um que ve essa foto: “mas isso é na Paraíba?” é sim senhor. A cidade com quase 500 mil habitantes é um dos principais centros universitários, médicos e industrial do Nordeste. Já foi conhecida por um dos maiores pólos tecnológicos da América Latina, graças ao curso de Computação da UFCG que exporta tantos talentos para as maiores empresas de tecnologia do mundo como Facebook, Google, Spotify e Samsung. Esse dom de formar talentos vem de muito antes e para celebrar esse dia de tanto orgulho escolhi um dos maiores nomes que essa cidade já formou, José Gomes Filho 🙂

Jackson do Pandeiro foi um dos principais ritmistas do Brasil e foi responsável, ao lado de Luiz Gonzaga, pela popularização nacional de canções nordestinas. Nascido em 1919, Jackson do Pandeiro pegou uma época de desenvolvimento enorme na cidade e sua história se mistura um pouco com a história da cidade que foi uma das principais exportadoras de algodão do mundo, perdendo só pra Liverpool, na Inglaterra. Uma riqueza só, Campina (para os íntimos) “se amostrava” nessa época. O Cassino Eldorado foi o um dos principais elementos de garbo e elegância que a cidade vivenciava e Jackson do Pandeiro teve aquele lugar como um dos principais palcos antes de partir para sucesso nacional. Só para se ter uma idéia, a inauguração do Cassino Eldorado foi feita com a participação dos artistas russos “Trotsky and Mary”, e o apresentador foi o próprio Trotsky. Infelizmente o Cassino Eldorado não existe mais em Campina Grande mas ele ainda é lembrado a cada festa de São João da cidade. (eu como boa campinense que sou preciso corrigir essa frase: mas ele ainda é lembrado na maior festa de São João do mundo: o São João de Campina Grande hahaha)

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Cassino Eldorado em 2010 antes de desabar em 2014

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Réplica do Casino no São João de Campina Grande – fonte: Correio Braziliense

Pegando gancho do São João, os clubes noturnos que ele cantava hoje dão nome a uma das ilhas de forró do Parque do Povo (espaço onde acontece a festa todo mês de Junho). Pra completar a renda familiar, ele tocava pandeiro no Forró de Zé Lagoa, Corréa e Zefa Tiburtino, ficando mais conhecido como “Jackson do Pandeiro” nessa época. Uma curiosidade é que ele sempre quis tocar sanfona mas como não tinha dinheiro pra comprar uma então  fabricava os próprios instrumentos a base de bambu, optou pelo pandeiro porque era muito mais barato.

  • Rua Maciel Pinheiro

A Rua, conhecida posteriormente pelo Conjunto de Art Déco revitalizado nos anos 80, é uma das ruas mais antigas da cidade, considerada como a feira grande na época, Jackson do Pandeiro se juntava ao cego Chico Bernardo que vendia cordéis, pegava o reco-reco e fazia sucesso!

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Rua Maciel Pinheiro, começo do século XX

 

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Rua Maciel Pinheiro – 2010

  • Praça da Bandeira

Jackson antes de ser sucesso com a música trabalhou como ajudante de padeiro. Ele preparava a massa sempre cantando e batucando e os patrões sempre reclamava haha na entrega dos pães sempre passava pelos bairros do Alto Branco e Bela Vista. Na Praça da Bandeira ele era conhecido pelas “gaiatices”. Dizem que que certa vez, Zé Jack, como era conhecido, cruzou com uma mulher linda. Admirado,  meteu a cara no poste e deixou cair o cesto de pães e soltou: “Desculpa seu poste!” pessoal adorava 🙂

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  • Treze Futebol Clube

Embora tenha declarado que era Flamenguista doente em algumas entrevistas, Jackson do Pandeiro foi apresentado ao maior patrimônio futibolístico da Paraíba (sorry outros times hahaha), o Treze Futebol Clube, pelo goleiro Harry Carey que o levou para conhecer o campo do Treze. Jackson tinha duas vantagens pra jogar – muito embora a sua altura não ajudasse muito, (1,60m) ele pulava que só uma guariba e possuía a ginga necessária para segurar a bola. Jogou como amador mas deixou sua marca na história do time.

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Primeira arquibancada do Treze

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Estádio O amigão – Campina Grande

Jackson viveu por Campina Grande até o início da década de 1940, quando mudou-se para João Pessoa. Lá, tocou em cabarés e depois na Rádio Tabajara até 1946. Em 1948, foi trabalhar na Rádio Jornal do Comércio, em Recife. Foi somente lpa que ganhou o nome artístico Jackson, considerado mais sonoro. Somente em 1953, já com 35 anos, Jackson gravou o seu primeiro grande sucesso, Sebastiana, quando alcançou o sucesso nacional junto com sua parceira Almira Castilho.

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No Rio, apresentou-se nas rádios Tupi e Mayrink Veiga, e foi contratado pela Rádio Nacional. Jackson é autor de grandes sucessos nordestinos como  O Canto da Ema, Chiclete com Banana, Um a Um e Xote de Copacabana. Seus ritmos variados como baião, coco, samba-coco, rojão e marchinhas de carnaval encantava a crítica. Em 1971, com a Tropicáloa, a música nordestina foi resgatada. Gilberto Gil regravou, com sucesso, a música Chiclete com Banana. Anos depois regravou também O Canto da Ema e A Cantiga do Sapo. Gal Costa interpretou Sebastiana, e Alceu Valença convidou Jackson para cantar em dupla o coco-elétrico Papagaio do Futuro.

Em 1982, faleceu José Gomes Filho, o eterno Jacskon do Pandeiro, aos 63 anos de idade.

  • Museu 3 pandeiros

Localizado nas margens do maior cartão postal da Cidade, o Açude Velho, a obra foi inaugurada em 2012 e os traços não negam, ele foi projetado por Oscar Niemeyer e se tornou a sua última obra.  Em 10 de junho de 2014 foi aberto ao público e contém trabalhos de Jackson do Pandeiro e outros  artistas paraibanos como Sivuca, Marinês e Elba Ramalho. É possível escutar sucessos de Jackson, assistir pequenos documentários sobre sua vida e até tirar uma foto com ele 🙂

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  • Monumento farra na Bodega

Como não podia ser diferente, Campina Grande eternizou a sua figura como merecido. O monumento Farra de Bodega homenageia dois ícones da música nordestina: Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga. A obra é do artista campinense Joás Pereira Passos e feita de bronze, parada obrigatória pra quem quer registrar sua passagem pela cidade. Ela foi inaugurada em 2003 e fica localizada em um girador às margens do Açude Velho, outro cartão postão da cidade. Além das esculturas dos músicos, há também uma mesa, pratos, representação de comidas típicas e um banquinho, onde a gente pode sentar e tomar uma com eles 🙂

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Sua história de amor com a cidade se eternizou numa das suas mais famosas canções e que qualquer campinense cabe de cor:

“Cantando meu forró vem à lembrança 
O meu tempo de criança que me faz chorar. 
Ó linda flor, linda morena 
Campina Grande, minha Borborema. 
Me lembro de Maria Pororoca 
De Josefa Triburtino, e de Carminha Vilar. 
Bodocongó, Alto Branco e Zé Pinheiro 
Aprendi tocar pandeiro nos forrós de lá”
Eita mulesta, assim meu coração também chora seu Jack ♥ Fui muito feliz em Campina, cidade que eu carrego na minha certidão de nascimento, no meu sotaque, no meu diploma e em qualquer canto do mundo que eu for.
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Escrito por rebecca
Ex- futura arquiteta, antiga Diretora de Arte e Mídia, atual Analista de Marketing Digital e para sempre Nômade.